A Verdadeira História de Togo

Era uma vez…

No Alasca, numa pequena aldeia chamada Nome, vivia Togo, um husky siberiano. De cor preta e castanha, com algumas manchas brancas, era pequeno para as características habituais da raça. Apesar de ser bastante dócil, era reguila e indisciplinado. Aproveitava todas as oportunidades para fugir de casa e ir ter com o seu tutor, Leonhard Seppala, treinador de cães de trenó.

Devido às suas características físicas e de personalidade, Togo não se enquadrava na equipa de cães de trenó.

Aos 7 meses de idade, Seppala decidiu oferecer Togo a uma amiga da família. O cachorro não tardou em fugir para casa novamente. Foi nesse momento que o treinador de cães percebeu que Togo era exímio em descobrir a distância mais curta entre dois lugares, e que isso poderia ser uma qualidade valiosa.

Estávamos no ano de 1925, quando se abateu sobre Nome um surto de difteria. Esta é uma doença bacteriana contagiosa que afeta o sistema respiratório superior e pode ser mortal. A doença tem cura, através da administração de soro anti-difteria. Contudo, os antídotos que existiam na aldeia, nesse momento, estavam todos fora de validade. Para agravar a situação, estávamos em pleno inverno e todos os acessos à aldeia estavam impedidos. Era impossível efetuar o transporte do soro pelos métodos convencionais. Como a necessidade aguça o engenho, elaborou-se um plano ambicioso de recolha dp soro. O local seria uma pequena estação ferroviária a cerca de 1000 quilómetros de Nome. Esta viagem seria efetuada com uma equipa de cães trenó.

Corrida ao Soro de 1925

Após apenas 7 dias de viagem (conhecida como a corrida ao soro de 1925), foi possível trazer o antidoto de volta a Nome. Isto permitiu salvar várias crianças doentes. Os louros desta aventura recaíram no cão Balto e no seu dono Gunnar Kaaseen. Estes foram os responsáveis pela parte final do percurso e, mal chegaram à aldeia, foram fotografados para os jornais locais.

Contudo, foi o querido Togo, que na altura teria 12 anos, que percorreu a maior parte do percurso (420 quilómetros, em comparação com os 120 quilómetros de Balto).

O reconhecimento por Togo veio mais tarde, mas a sua história ficará para sempre imortalizada no filme com o seu nome.

Sara Alves

Médica Veterinária de Animais de Companhia


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