Os anti-histamínicos, tal como outros medicamentos, só devem ser utilizados mediante indicação médico-veterinária.
O que são anti-histamínicos?
São medicamentos que controlam a libertação e a ação de histamina no organismo. São administrados em casos de alergias ou problemas gastrointestinais.
Quando se devem usar nos cães?
O seu uso não é frequente em cães, pois nem todos apresentam resultados positivos. Perante situações alérgicas, a percentagem de cães que liberta histamina é muito baixa, fazendo com que este tipo de fármacos não seja muito eficaz. Nesse sentido, os Médicos Veterinários optam por outras abordagens médicas e farmacológicas em alternativa.
Ainda assim, são utilizados pontualmente em situações de alergias e nos casos de úlceras gástricas ou duodenais.
Que tipos de medicamentos controlam a ação da histamina?
- Antagonistas fisiológicos, que incluem compostos que produzem efeitos fisiológicos opostos à histamina, como a xantina, a efedrina e a adrenalina.
- Inibidores da libertação de histamina, que reduzem a desgranulação dos basófilos e dos mastócitos, como o ketotifeno ou o cromoglicato dissódico.
- Antagonistas farmacológicos competitivos ou anti-histamínicos, que consistem em fármacos que ocupam os receptores específicos da histamina: H1, H2 e H3.
Qual a ação dos anti-histamínicos nos cães?
Os anti-histamínicos mais utilizados nos cães incluem os antagonistas H1 e H2.
Existem algumas evidências que indicam que a sua eficácia é aumentada se combinados com outros agentes anti-pruríticos, tais como os corticosteróides. A resposta ao tratamento varia muito com o animal e com o fármaco, e a sua eficácia é relativa.
Os efeitos benéficos geralmente ocorrem nos primeiros 7 a 14 dias de tratamento, e são apenas observados em 1 a 30% dos cães.
Anti-histamínicos H1
Estes são responsáveis pela dilatação dos vasos sanguíneos, pela permeabilidade vascular e pela contração do músculo liso dos brônquios e dos intestinos. São utilizados em em casos de choque anafilático (combinados com antagonistas fisiológicos como a adrenalina) e para reações alérgicas como angioedema. São ainda utilizados no controlo do prurido (“comichão”), urticária, eczema e picadas de insetos, sempre em combinação com outros fármacos.
Os mais utilizados nos cães são a clorfeniramina, a difenhidramina, o drimenhidrinato, a prometacina e o astemizol.
Anti-histamínicos H2
Regulam a secreção de ácido gástrico, sendo utilizados no tratamento de úlceras gástricas e duodenais, e gastrites, devido ao seu efeito anti-secretor.
Nesta gama incluem-se a cimetidina e a ranitidina.
Quais as alergias mais frequentes no cão?
As principais alergias no cão incluem a dermatite atópica, a dermatite alérgica à picada da pulga (DAPP) e a alergia alimentar.
- Dermatite atópica ou atopia: É a alergia mais comum nos cães e é clinicamente diagnosticada quando surge prurido (comichão) não associado a parasitas ou a alimento.
- DAPP: Está associada à picada deste parasita, que inocula um produto na pele dos animais que desencadeia um ciclo vicioso de prurido e alergia.
- Alergia alimentar: Ocorre devido à sensibilidade perante determinadas proteínas provenientes de origem animal ou vegetal. Os sinais clínicos apresentados nesta patologia incluem os dermatológicos (pele seca, prurido, vermelhidão, otites) e também os gastrointestinais (diarreias, vómitos).
Tratamento dietético para alergias no cão – em que consiste?
No tratamento da dermatite atópica é de importante efetuar uma abordagem terapêutica e dietética adequadas. Deve optar-se por um alimento especialmente formulado para eliminar os resíduos proteicos que causam a sensibilidade alérgica. A dieta de eliminação é o meio de diagnóstico para se identificar qual o alergénio em causa.
Algumas vezes, para isolar a proteína que potencia a alergia, pode recorrer-se a ração fisiológica monoproteicas. Noutros casos, há mesmo necessidade de respeitar uma dieta com ração hipoalérgica.
Ana Matias
Médica Veterinária de Animais de Companhia
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