Artrose em cães

Quais os sinais clínicos?

A artrose em cães idosos é uma doença bastante comum e que tem como principais sinais clínicos a claudicação (ou seja, o seu patudo começa a mancar), rigidez, dor, relutância a levantar-se, correr ou saltar. Em casos mais avançados o animal pode mesmo recusar-se a andar.

Um dos tipos de artrose frequentemente reconhecida é a artrose associada à anca em raças grandes como o pastor alemão, labrador, Golden Retriever, Rottweiler, mas pode aparecer em qualquer animal de porte grande. Apesar de menos comum, também pode acometer algumas raças menores. Pode também ocorrer noutras articulações do esqueleto animal.

Porque acontece?

Na base da fisiopatologia da artrose, está um ciclo auto-destrutivo e progressivo de agressão e inflamação. As células das articulações uma vez “irritadas”, libertarem citocinas pró-inflamatórias, as quais favorecem o processo de inflamação, que acelera a descomposição do colagénio de tipo II da cartilagem e dos proteoglicanos.

Como se trata?

Existem diferentes abordagens terapêuticas mais ou menos invasivas para tratar a artrose em cães idosos. O objetivo é minimizar a dor nas articulações reduzindo a inflamação e, se possível, abrandar o dano da cartilagem.

O tratamento farmacológico da artrose em cães idosos costuma incluir agentes anti-inflamatórios esteroides ou não esteroides (AINEs), com intuito de aliviar a dor e a inflamação. Os AINE inibem a produção de prostaglandinas, que são promotoras de inflamação. O principal problema associado a estes fármacos é que, quando usados dde forma crónica, costumam provocar efeitos secundários gastrointestinais como vómitos, ulceração, anorexia, fezes escuras e com sangue, e dor abdominal.

Os corticosteroides e glicocorticosteroides são também usados em casos agudos com alta eficácia para aliviar a dor e a inflamação, já que inibem a produção de ácido araquidónico. Não obstante, o seu uso  prolongado no tempo está desaconselhado tendo em conta os efeitos secundários indesejados, sobretudo devido à sua ação imunossupressora.

Fatores de crescimento e regeneração da cartilagem podem contribuir para manter a integridade estrutural e funcional da cartilagem ao inibir a capacidade da interleucina 1 para estimular a degradação de proteoglicanos.

O sulfato de glucosamina pode ser usado como terapia adjuvante no tratamento da artrite e artrose em cães idosos porque o sulfato intervém na produção de cartilagem e a glucosamina possui propriedades anti-inflamatórias sem grande risco de  efeitos secundários.

O ácido hialurónico pode atrasar a degradação cartilagínea, já que é responsável pela visco-elasticidade do líquido sinovial, atuando como um lubrificante articular e ajudando a absorver os impactos nas articulações.

A terapia com células mãe pode ser a seguinte opção, sobretudo para os cães que sofrem artrose da anca, já que inibe o processo inflamatório e repara o tecido danificado. Dado que se trata das próprias células do cão extraídas dos seus tecidos gordos ou da sua medula óssea, o risco de rejeição é menor e a melhoria pode ser significativa.

Em casos mais severos de dor a intervenção cirúrgica à articulação pode ser ponderada.

A obesidade pode fazer com que a articulação se desgaste mais rápido devido à pressão extra que é exercida na articulação.

Assim, uma alimentação regrada , equilibrada e rica em condroprotetores pode ser parte da terapia do seu patudo 🙂


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