Quais os sinais que o cão dá quando está com medo de outros cães?
A maior parte dos tutores consegue identificar com alguma facilidade estes sinais, desde que esteja atento ao comportamento do seu cão. Em alguns casos o cão pode manifestar sinais evidentes, como fugir e evitar qualquer contacto com outros cães, apresentar a cauda recolhida entre as pernas e postura encolhida. Mas, noutros casos, os sinais manifestados podem ser mais subtis, como lambidas frequentes dos lábios e evitar o contacto visual com o outro cão. Se o cão estiver com medo e não tiver maneira de se afastar (se estiver, por exemplo, preso com a trela e forçado ao contacto com outro cão) pode desencadear um episódio de agressividade por medo, podendo rosnar, ladrar ou mesmo tentar morder o outro cão.
Qual a origem do medo do meu cão ?
O medo é uma resposta adaptativa e que permite que o cão se proteja de situações potencialmente perigosas. Pode haver vários motivos que levem o cão a ter medo de outros cães como por exemplo não ter tido contacto com cães no período de sociabilização (entre as 3-12 semanas) e por isso não vai saber como se comportar na presença de outros cães e eventos traumáticos passados com algum cão (mordida, por exemplo) e que levam o cão a generalizar o medo para todos os cães.
O que posso fazer para ajudar o meu cão a superar este medo?
O ideal é que haja o acompanhamento de um ou mais profissionais especializados em comportamento (exemplo: Médico Veterinário que faça consultas de comportamento e treinadores qualificados). Irá ser feita uma avaliação do cão e dos problemas que tem e estabelecido um plano de tratamento e/ou treino adaptado a cada caso. Existem várias técnicas, nomeadamente de dessensibilização (diminuição da intensidade de resposta perante um estímulo) e contracondicionamento (associação da situação que provoca medo a uma experiência positiva), que podem ajudar o cão a sentir-se mais confiante e a ter menos medo do contacto com outros cães. No entanto são, por norma, processos que levam algum tempo e por isso é necessário que os tutores do cão tenham paciência, sejam consistentes nos treinos (recorrendo ao reforço positivo com biscoitos ou ração e muitos mimos) e sigam sempre as instruções dadas pelo profissional que os está a acompanhar.
Inês Millet Barros
Médica Veterinária
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