Como ler os rótulos da ração?
Na leitura dos rótulos deve ter em consideração três coisas: a composição, as percentagens e a quantidade de ração que deve administrar consoante o peso. A junção destas três informações permite efetuar uma análise nutricional da ração.
O que importa na composição?
A composição da ração é essencial para perceber se a ração que está a fornecer ao seu cão é de boa qualidade ou não. Deve ter em atenção alguns pontos no que toca aos ingredientes que surgem na composição:
- A descrição dos ingredientes deve ser o mais pormenorizada possível (o tipo de carne incorporada deve estar discriminado, o tipo de cereais e gorduras também);
- Idealmente a fonte proteica deve vir em primeiro lugar na composição (invés de “cereais”, por exemplo);
- A fonte proteica incluída deve ter origem em proteína fresca, desidratada ou hidrolisada e não em farinha;
- Deve conter uma composição variada, que incorpore legumes e frutas discriminados;
- A inclusão de suplementos (para a pele, para as articulações, para a manutenção do peso, para a manutenção da saúde intestinal) atribuem à ração uma qualidade acrescida. Condroitina, glucosamina, óleo de salmão, L-carnitina, Yucca Schidigera, Psyllium são alguns exemplos.
E na percentagem?
As percentagens de proteína, hidratos de carbono, gordura e fibra vêm discriminadas em todas as rações. De acordo com a FEDIAF (European Pet Food Industry Federation), existem percentagens mínimas de proteína (por exemplo) que devem ser incluídas em diferentes fases da vida. Contudo, existem rações mais ou menos ricas em proteína (apesar de todas se encontrarem acima do valor mínimo exigido).
As percentagens são importantes, contudo não são suficientes para que possa ser feita uma análise completa e correta da ração. Uma ração pode ser alta em percentagem de proteína, mas a fonte proteica pode ter uma qualidade nutricional e um valor biológico baixo. O mesmo acontece com os restantes grupos alimentares incluídos na ração. O ideal é que as percentagens tenham valores ideais para a condição e necessidade do animal em questão e que a composição garanta uma fonte de qualidade.
As quantidades diárias recomendadas são alvo de avaliação?
Sim. As quantidades diárias de ração recomendadas para um determinado peso fornecem indiretamente a informação sobre a digestibilidade da ração.
A digestibilidade da ração está relacionada com a capacidade de aproveitamento dos nutrientes a nível intestinal. Quanto mais digestível for uma ração, mais nutrientes são aproveitados pelo organismo durante a digestão do alimento. Como tal, em rações altamente digestíveis a
quantidade diária necessária é inferior e a quantidade de fezes produzida também será menor.
Há uma ração ideal para todos os cães?
Não. A escolha da ração deve ser adaptada a cada animal, consoante a raça, o estilo de vida e a fase de crescimento (puppy, adulto e sénior). A alimentação escolhida deve ter em conta possíveis patologias ou predisposições para patologias que o animal possa ter.
Independentemente da escolha da ração consoante a fase de crescimento e a existência de uma patologia, a qualidade da ração deve ser um fator que deve ser tido sempre em conta.
Daniela Leal
Médica Veterinária de Animais de Companhia
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