Descobrir que o nosso cão tem cancro é um choque. Mas, passado esse choque inicial, é necessário encarar o desafio e ajudar o nosso melhor amigo da melhor forma possível.
Primeiro o Tutor
O primeiro passo neste processo até pode parecer insensível, mas não está relacionado com o nosso cão.
Os cães têm capacidades sensoriais superiores às nossas e conseguem detetar os nossos estados emocionais. Por isso, numa situação de doença grave do seu animal de companhia, a prioridade é o tutor! Estudos recentes revelam que a prioridade deve estar no tutor “limpar” a mente e o coração de perturbações emocionais de forma a gerir as emoções negativas.
A prioridade seguinte será aumentar as emoções positivas, e reforçar o vínculo com o seu animal.
Nada mais é importante. Tudo o resto, como decisões e ações que irá tomar, irão beneficiar destes passos.
Os cães percebem as nossas emoções, e acabam por replicá-las. Podem não as perceber, mas se estivermos agitados, com medo, confusos e frustrados, o que é natural em causos destes, os cães vão também ficar dessa forma.
Assim, o nosso estado emocional impacta diretamente o estado emocional do nosso cão, pelo que é crucial conseguir gerir as nossas emoções.
Tudo o que o nosso cão quer quando tem cancro, é sentir-se bem! Ao estarmos calmos, e focados no futuro positivo, vamos conseguir com que isto aconteça.
Só depois o cão
Estando o tutor já emocionalmente preparado para lidar com a situação, é altura de recolher toda a informação possível e, juntamente com o veterinário assistente ou oncologista, decidir o tratamento ideal para o cão.
Normalmente já é importante, mas num cão com cancro a alimentação é fundamental. Certifique-se que esta tem tudo o que o seu cão necessita, priorizando ingredientes naturais e valorizando suplementos alimentares. Neste campo, os antioxidantes são os mais relevantes pela sua relação com o sistema imunitário.
Confira um ambiente tranquilo e confortável para o cão.
Mantenha rotinas que vão transmitir segurança, assim como momentos de brincadeira e interação entre os dois.
O enriquecimento ambiental deve ser reforçado, assim como a estimulação cognitiva.
Fique atento a alterações de comportamento e ao surgimento de qualquer sintoma. Fale com o seu veterinário assistente sobre todas as dúvidas e receios e deixe que todos façam o seu papel.
Garanta que faz o seu! Poucos “remédios” têm efeitos tão poderosos como o amor pelo seu melhor amigo.
Joana Almeida
Médica Veterinária dedicada ao Bem-estar Animal