Doença de Lyme nos cães

Transmissão

A bactéria Borrelia burgdorferi é transmitida através da picada de um determinado género de carraças – Ixodes. Este género de carraças são uma das três mais frequentes em Portugal. Para que a transmissão ocorra, é necessário que a carraça esteja infectada com a bactéria e que permaneça em contacto com o animal durante pelo menos cerca de 50 horas.

Sintomas nos cães

A maioria dos cães infectados nunca desenvolve sintomas da doença. Os sintomas mais comuns incluem:

  • Poliartrite (inflamação de várias articulações) – edema (inchaço) nas articulações e claudicação (o animal coxeia derivado à dor);
  • Febre;
  • Diminuição ou perda do apetite.

Em casos mais raros pode, também, surgir alterações de comportamento, convulsões, alterações renais e cardíacas.

Diagnóstico

Cães que tenham sido expostos a carraças e que apresentem claudicação, febre e alteração do apetite deverão ser considerados casos suspeitos desta doença. O diagnóstico pode ser feito através de:

  • Análise do líquido sinovial (líquido das cavidades articulares) – apresenta sinais de inflamação;
  • Teste positivo de anticorpos anti-Borrelia burgdorferi;
  • Testes negativos a outras doenças causadas pela picada de carraças;
  • Resposta positiva ao tratamento com determinados antibióticos.

Tratamento

O tratamento de eleição é feito através da administração de antibióticos específicos, durante pelo menos 4 semanas. Nos casos de doença aguda, será expectável uma notória melhoria em 2 ou 3 dias de tratamento. O tempo mínimo de tratamento é extremamente importante que seja respeitado, de forma a garantir que a bactéria é eliminada e não se torne uma doença crónica.

Medidas de prevenção

  • Desparasitantes externos repelentes das carraças – existem no mercado sob a forma de spot-on (pipeta) para aplicação tópica e coleira;
  • Vacina – usualmente apenas se justifica em animais com maior risco de serem picados por carraças, nomeadamente cães de caça.

 

Sílvia Honrado

Médica Veterinária


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