Doenças mais comuns nos Border Collie

Neste artigo iremos destacar algumas doenças comuns nos Border Collie.

Displasia da anca e cotovelo

A presença de displasia conduz a uma situação de desgaste da cartilagem articular que origina artrose na anca e/ou cotovelo. A sintomatologia varia de acordo com o grau de displasia. Claudicação, dor e relutância ao movimento são os sinais clínicos mais comuns. É recomendada a realização de Raio-x de despiste de displasia ainda em idade jovem.

A suplementação alimentar com condroprotetores ajuda a fortalecer as articulações e evitar dor e inflamação nas mesmas. Border Collie devem ainda fazer uma dieta personalizada para evitar este problema.

Collie Eye anormal (CEA)

É uma doença ocular das raças Collie, que também ocorre em Pastores, como o Pastor Australiano. Afeta a anatomia normal da retina e outras estruturas do fundo do olho, surgindo pequenas irregularidades ou formando-se bolsas, ou mesmo orifícios. A severidade varia entre cães assintomáticos e cães com descolamento de retina (que pode culminar na perda de visão). Recomenda-se check-up oftálmico regular. É uma doença hereditária autossómica recessiva e, portanto, os animais portadores deverão ser excluídos da reprodução.

Trapped Neutrophil Syndrome (TNS) ou Grey Collie Syndrome

É um distúrbio imunológico fatal no Border Collie.

Os neutrófilos são células de defesa que ajudam a combater infeções. São produzidos pela medula óssea e posteriormente libertados na corrente sanguínea. Animais com esta síndrome não conseguem libertar os neutrófilos para o sangue, fazendo com que o sistema imunitário tenha dificuldade no combate a infeções. São cães com aparência mais frágil, com pelagem cinza ou mais clara que o normal. Geralmente não sobrevivem para além dos primeiros anos de vida. Tal como outras doenças hereditárias autossómicas recessivas, os animais portadores não deverão ser usados para reprodução.

Atrofia progressiva da retina

É uma doença ocular canina comum, de carácter lento e com progressiva degradação da retina. Pode afetar ambos os olhos.

Não provoca dor, mas conduz à perda de visão, pelo que se recomenda um check-up oftálmico regular.

Epilepsia

Alteração neurológica que surge devido a uma atividade neuroeléctrica irregular. Os sinais clínicos presentes são convulsões, espasmos e perda de consciência durante o ataque epilético. Pode surgir entre os 6 meses e os 5 anos de idade.

 

Todos os patudos devem fazer check-ups regulares. Mas no caso de cães de raças predispostas a doenças graves, isto torna-se ainda mais importante. Mantenha um contacto frequente com o seu veterinário assistente.

Filipa Calejo

Médica Veterinária de Animais de Companhia


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