Leishmaniose o que é? Qual o tratamento?

Em que consiste a Leishmaniose?

A Leishmaniose é uma patologia causada pelo parasita Leishmania Infantumque infeta as células de cães e de outros mamíferos (como o homem, sendo considerada uma zoonose). Um cão saudável pode ser infetado com o parasita, basta para isso ser picado por um mosquito transmissor da doença (Phlebotomus).

A patologia é crónica e provoca lesões a nível cutâneo, mucocutâneo e, em alguns casos, a nível visceral. O cão é reservatório primário da doença e o homem pode ser hospedeiro acidental.

Portugal é uma das principais zonas endémicas de Leishmaniose na Europa.

Quais os principais “sintomas” de cães com leishmaniose?

  • Perda de peso
  • Dor nas articulações
  • Aumento dos gânglios linfáticos
  • Lesões dermatológicas (na pele): dermatite esfoliativa e ulcerativa (“feridas” perto dos olhos e no nariz), pústulas e pápulas estéreis, piodermas secundárias, alopécia (falta de pêlo) periocular, onicogrifose (distrofia e aumento exagerado do tamanho das unhas), hiperqueratose nasal.
  • Alterações no funcionamento renal e intestinal: vómitos, diarreias, aumento da ingestão de água e na produção de urina. A insuficiência renal crónica que se instala é, muitas vezes, a causa de morte.

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Se suspeitar que o seu cão tem Leishmaniose o que deve fazer?

É muito importante que perante a suspeita da doença consulte o seu Médico Veterinário. O profissional irá realizar uma avaliação física detalhada e alguns exames para obter a confirmação da doença.

Como é feito o diagnóstico?

Através da história clínica e do exame físico, juntamente com as análises sanguíneas que podem revelar alterações, principalmente nos parâmetros renais e hepáticos, que podem ser bastante sugestivos da existência da doença. Devem ainda ser realizados outros exames clínicos (como ELISA e PCR ao sangue, aos gânglios linfáticos ou à medula óssea e citologia dos gânglios linfáticos aumentados) que permitem o diagnóstico definitivo da doença.

Existe tratamento?

A terapêutica é bastante longa, recorrendo-se a comprimidos administrados por via oral.  Inicialmente são administrados dois fármacos concomitantemente. Quando se atinge uma fase controlada da patologia, mantém-se apenas um deles para o resto da vida.

O internamento e a utilização de outro tipo de terapias podem ser necessários consoante o estado clínico dos animais e as lesões secundárias apresentadas.

Qual o papel da alimentação nos cães com Leishmaniose?

Deve ser privilegiada uma boa alimentação, fornecendo todos os nutrientes necessários para ajudar na recuperação do seu cão. Assim deverá optar por uma ração premium, adaptada às necessidades do seu melhor amigo.

Como a maior parte dos cães com Leishmaniose exibe lesões cutâneas e dermatite, ração de salmão é preferencial.

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Qual o prognóstico?

É reservado e há que ter em conta o potencial zoonótico da doença. O tratamento normalmente é para toda a vida. A esperança média de vida, após o diagnóstico, depende da fase em que a doença é diagnosticada.

Como proteger o meu cão?

  • A prevenção é feita evitando a picada de mosquito no cão, com a utilização de pipetas ou coleiras que protegem contra a picada do Phlebotomum através de ação repelente. No caso de convivência com um animal portador de leishmaniose, a transmissão através do cão só ocorre se o mosquito o picar primeiro e, posteriormente, picar outro cão. Portanto, a utilização de pipetas ou coleiras repelentes em cães infetados está recomendada.
  • Para além da utilização de desparasitantes externos, a vacina contra a Leishmaniose confere uma proteção extra e a sua administração deve ser ponderada principalmente em animais que vivem em zonas endémicas da doença.

Daniela Leal
Médica Veterinária 


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