A capacidade de diagnóstico e de tratamento da doença cardíaca em cães tem vindo a evoluir de forma notável, sobretudo graças ao avanço tecnológico. Mas será que à semelhança dos humanos, também os cães podem ter pacemaker? Saiba mais sobre este assunto neste artigo.
O que é um pacemaker?
O pacemaker é um dispositivo médico que contém um gerador de pulso ou uma bateria e um circuito que gera e transmite impulsos elétricos diretamente ao coração, promovendo a sua despolarização e consequente contração.
É usado quando o coração não consegue manter um ritmo cardíaco regular por conta própria, o que pode levar a sintomas como cansaço, falta de ar, fraqueza e síncope (desmaios).
Os cães podem ter pacemaker?
Os cães podem colocar pacemaker, sim. Mas nem todos os casos de cães com problemas cardíacos são passíveis de ser resolvidos através da colocação de um pacemaker. Apenas pode ser implantado em cães para corrigir batimentos cardíacos irregulares ou lentos.
O pacemaker deteta a atividade elétrica do coração e emite impulsos elétricos para estimular a contração adequada do músculo cardíaco. Este processo ajuda a regular o ritmo cardíaco do cão e garante que o coração esteja a bombear sangue de forma eficiente para o resto do corpo.
Em que doenças é que se coloca um pacemaker em cães?
Esses dispositivos são usados para corrigir problemas de ritmo cardíaco em cães. Em doenças cardíacas como bradiarritmias e desordens de condução cardíaca. O termo arritmia caracteriza uma alteração na frequência, na regularidade ou no local de origem do impulso cardíaco. A bradicardia ou bradiarritmia em cães define-se como uma frequência cardíaca inferior a 60 batimentos por minuto.
As bradiarritmias e as desordens de condução cardíaca poderão ser secundárias a:
- Disfunção do nódulo sinusal,
- Doença do nódulo sinusal,
- Disfunção do nódulo atrioventricular,
- Desordens de condução intraventricular,
- Síncope reflexa
- Standstill atrial persistente.
Embora o implante de pacemaker em cães seja cada vez mais comum, sendo um procedimento rápido e relativamente simples de ser executado por um cardiologista experiente, não é isento de riscos e requer um acompanhamento veterinário rigoroso. É também importante entender que o custo do pacemaker pode ser elevado e exigir um comprometimento financeiro significativo. No entanto, para muitos cães cardiopatas, é o único tratamento eficaz e a opção necessária para garantir uma melhor qualidade de vida e bem estar.
Converse com o seu médico veterinário acerca das hipóteses de tratamento para o seu melhor amigo, caso sofra de uma doença cardíaca. Lembre-se, para além do tratamento em si, uma alimentação de boa qualidade e com antioxidantes contribui para uma melhoria da função cardíaca e previne o aparecimento de certas doenças.
Ana Mota Ribeiro
Médica Veterinária de Animais de Companhia