Piómetra em cadelas: causas, sintomas e tratamento

O que é uma piómetra?

A piómetra em cadelas consiste numa infeção uterina grave, que pode conduzir à morte. É comum em fêmeas adultas e inteiras (não esterilizadas). As cadelas com mais de 6 anos de idade, estão mais propensas a desenvolver o problema.

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Quais são as causas de piómetra nas cadelas?

A piómetra ocorre após existirem alterações hormonais no ciclo reprodutivo das cadelas, sendo mais comum entre 2 a 8 semanas após o fim do cio.

Há 3 fatores decisivos para que se desenvolva uma piómetra:

  • Após o estro (uma das fases do cio de uma cadela), a progesterona permanece elevada levando a um engrossamento da parede uterina. Ao fim de vários anos, com cios consecutivos sem gravidez associada, o útero continua a engrossar criando um ambiente perfeito para o crescimento bacteriano.
  • Os músculos uterinos deixam também de conseguir contrair devidamente, impossibilitando a correta expulsão dos fluídos que vão sendo acumulados.
  • Durante o cio, as células de defesa normais que combatem infeções, não entram no útero para permitir que, caso haja cópula, o esperma do cão possa entrar no trato reprodutivo da cadela sem ser destruído. Desta forma, em casos de piómetra, as bactérias estão a crescer, sem serem destruídas pelas células de defesa. As bactérias entram para o útero através do cérvix, que se encontra relaxado durante o estro, permitindo a passagem de bactérias existentes na vagina.

Em situações normais, o útero preveniria que a infeção se prolongasse, contudo, com os 3 fatores descritos anteriormente, ficam reunidas todas as condições que facilitam o crescimento bacteriano.

ATENÇÃO: Os medicamentos à base de hormonas sexuais, como o caso das pílulas, vão mimetizar estes acontecimentos, favorecendo o aparecimento de piómetras não associadas à idade. Assim, as fêmeas que estejam a fazer tratamentos reprodutivos devem ser cautelosamente vigiadas.

Como podemos classificar as piómetras?

  • Abertas – O cérvix permanece aberto, pelo que as secreções uterinas podem drenar. Representam aproximadamente 85% dos casos. Há presença de corrimento vaginal purulento (amarelo-esverdeado), com mau odor.
  • Fechadas – O cérvix fica obstruído devido à presença de nódulos na parede uterina, pelo que as secreções não podem drenar e acabam por se acumular. Nestes casos, não se visualizam corrimentos vaginais anormais. É a situação mais grave, quer pela identificação mais tardia da doença por parte dos tutores, quer pelo risco de rutura uterina que põe em risco a vida do animal.

Quais os sinais a que deve estar atentos?

A sintomatologia varia de acordo com o tipo de piómetra, já que podemos ter ou não corrimento vaginal, bem como um abdómen inchado (distensão abdominal).

No entanto, alguns sintomas são comuns aos dois tipos de piómetras e a maior parte das cadelas apresenta:

Como é realizado o diagnóstico?

O Médico Veterinário precisa de realizar uma avaliação física completa e exames complementares, como análises sanguíneas, raio-x e/ou ecografia abdominal, para confirmar a presença de piómetra.

Em caso de suspeita o que devo fazer? É uma situação urgente?

Sim, deve-se dirigir com o máximo de brevidade possível ao seu Médico Veterinário. As cadelas que não são tratadas morrem com uma infeção generalizada (sepsis).

Qual é o tratamento adequado?

O tratamento de eleição é a remoção cirúrgica do útero e dos ovários –
ovariohisterectomia. Em primeiro lugar a cadela deve ser internada e estabilizada antes do procedimento cirúrgico, através de monitorização atenta, fluidoterapia e antibioterapia.

Durante os dias que se seguem à cirurgia é importante manter os cuidados médico-veterinários para que nada corra mal. A alimentação deve ser de boa qualidade, para garantir todos os requisitos nutricionais e energéticos da sua cadela. Lembre-se que, após a esterilização, surgem alterações metabólicas que irão promover o excesso de peso, por isso recomenda-se transitar para ração adaptada a cadela esterilizada.

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Como posso prevenir?

Caso não tencione que a sua cadela seja reprodutora, a esterilização é o melhor método preventivo para que esta situação não ocorra!

Ana Pinto

Médica Veterinária de Animais de Companhia


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